terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Nada como a noite


Gosto muito de poesia e como o meu parceiro de longa data na amizade e na música, o historiador e cavaquinista Adolpho Ferreira, comentou em um dos posts, tive o meu tempo de máquina de poemas. Achei original a idéia do Mauricio Carrilho de compor um choro por dia no ano de 2005 e acabei aplicando a mesma na poesia. Era uma maneira de eu me desenvolver na escrita e de fazer algo que eu gostasse ao mesmo tempo. Daí, durante o tempo aproximado de 5 meses, quase todos os dias, saía um soneto e, vez ou outra, um haikai. Antes disso eu já tinha lido bastante coisa de vários poetas e, hoje em dia, eu tenho mais lido do que escrito. Eu escrevi isso tudo pra falar que é bonito pra caramba quando você se identifica tanto com os poetas, a ponto de você desejar ter escrito aquilo, não por querer ser o dono do poema, mas por ter se sentido tão bem lendo o mesmo. Já tem tempo que eu leio tudo que eu acho do Paulo Leminski e da Alice Ruiz, que são dois poetas que eu acho incríveis. Hoje comprei um livro da Alice Ruiz, que é o “[dois em um]” da Iluminuras. Eu li dois poemas há pouco que são uma beleza e que tem tudo a ver com essa hora, com esse “agora” que eu sempre reflito toda noite.



nada como a noite
escurece
e tudo se esclarece”


“tem os que passam
e tudo se passa
com passos já passados

tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido

e tem, ainda bem,
os que deixam
a vaga impressão
de ter ficado”